Hoje não tem
poema.
Apenas o sangue
que
sufoca,
apenas as
pílulas de fuga
entre os minutos
onde me perco.
Meu corpo é a cápsula
de um degredo
secreto ao qual fui
condenada.
Porém eu me rasgo,
derramo e mergulho
em busca das costas
desejadas.
Sou a escuridão em que
deliro,
mas também sou os
faróis que me incendeiam.
Sou as rochas que me
estilhaçam;
ao mesmo tempo sou as
águas implacáveis
que, pela erosão ou
pela fúria,
as penetram e as partem
ao meio.
Sou a coragem e sou o
medo.
Caso me vires serena,
não te enganes.
Caso eu pareça rasa,
não te arrisques.
Eu sou os ventos sem
destino
das tempestades que
ilumino.
Isabela Escher
- O poema pode ser reproduzido desde que os créditos sejam atribuídos a autora, Isabela Escher, e que a reprodução seja na íntegra, sem modificações e não seja utilizada para fins comerciais.
- Caso deseje conversar com a escritora, envie e-mail para: escher.isabela@gmail.com
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